Origem do nome
A origem deste fenómeno são os restos de poeiras e pedaços do cometa Swift-Tuttle que passou perto do sol em 1992. Quando a Terra atravessa a órbita do cometa (a cada 133 anos), estes pedaços entram na atmosfera e ficam incandescentes. O resultado são as linhas brilhantes traçadas no céu pelas “estrelas cadentes”. Só se espera que o cometa volte a passar perto do Sol em 2125, até lá, em todos os meses de agosto, podemos ver uma chuva de meteoros que parece sair da constelação de Perseu — daí o nome.


A história de amor que as estrelas contam…
Perseus, Andrómeda e Cassiopeia são três constelações próximas no céu de verão. Mas são também três personagens da mitologia grega, cujas histórias se cruzam: Perseu casou com Andrómeda, filha de Cassiopeia. De Perseu, um semideus filho de Zeus, diz-se que, a pedido de um rei, cortou a cabeça à górgona Medusa — o monstro que tinha serpentes em vez de cabelos e transformava em pedra quem a olhasse nos olhos. Quando voltava para casa com a cabeça da Medusa na mão, ouviu uma bela donzela em apuros, Andrómeda. Para a salvar petrificou o monstro Ceto, que a mantinha prisioneira, apresentando-lhe a cabeça decepada. Andrómeda era filha de Cassiopeia e tinha sido feita prisioneira por Poseidon — o deus supremo dos mares. Um castigo porque Cassiopeia ousou dizer que a filha era mais bela que as nereidas, as ninfas do mar.
… e o martírio que as estrelas escondem.
A chuva de meteoros das Perseidas também são chamadas de lágrimas de São Lourenço, desta vez numa alusão à tradição cristã, mas com uma história bem mais trágica que a do herói Perseus. O pico desta “chuva de estrelas” acontece sempre depois da festividade que assinala a morte de São Lourenço, a 10 de agosto.
Lourenço de Huesca era um diácono que tomava conta dos bens da Igreja. Quando o imperador romano lhe exigiu que entregasse os bens da Igreja, o padre apresentou perante o imperador os fiéis cristãos. Foi condenado à morte pelo imperador furioso. Reza a lenda que enquanto era queimado vivo terá dito:
“Podem virar-me agora, deste lado já está bem assado”.
A chuva de meteoros de Perseidas é observada há cerca de dois mil anos. São Lourenço morreu, aos 33 anos, no ano 258.
Os dois acontecimentos próximos numa Europa que abria portas ao cristianismo foi a combinação perfeita para se afirmar que o que se via no céu eram as lágrimas do mártir queimado. Mas até os católicos sabem que tudo isto não passa de uma lenda. “A tradição cristã chama-lhes [às Perseidas] precisamente‘lágrimas de S. Lourenço’, mas para nós, astrónomos, são meteoros e poeira cósmica”, disse o frei Guy Joseph Consolmagno, diretor do Observatório do Vaticano, citado pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.


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